domingo, fevereiro 26, 2006

se toda a gente soubesse o que eu sei
deitavam-se no chao
olhavam para rua como ela é
e viviam.
mais pequenos, mas viviam.
so que eu sou grande.
e nao conto a ninguem o que sei.

Image hosting by Photobucket

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

porque

a musica sente-se com todos os sentidos,
sentir é pensar com o corpo.
e vou-me
enrolar
enrolar
enrolar.

Image hosting by Photobucket

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

a minha prenda

neste dia
fui uma flor aberta em tres direccoes, exposta em tres alturas, a rodar em tres velocidades.
e eu vi tudo, sentada no sofa.

Image hosting by Photobucket

sábado, fevereiro 18, 2006

ola tenho cinco anos e um pássaro na pele

Sim, sim. Tenho um pássaro na pele.
É vermelho e voa quando fecho os olhos.
Descobri no dia que, deliciosamente, não os abri.
Claro, tenho um voo de alto porte. Daqui, ali.
Ja fui, ja vim. Voltei, regresso.
Nao fico, nunca fiquei.
Tenho poderes. Atravesso corpos mesmo quando estao a andar, mudo as cores quando se portam mal, entro em mim e voo no meu passaro.
Descobri os sintomas das sombras, o sindrome da musica que nao sai da cabeca e o que causa ajuntamento precoce de palavras.
Ola, tenho cinco anos e um passaro na pele.
Queres ser meu amigo?

Image hosting by Photobucket

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Que vontade de nascer por aqui
algures.
Secalhar pendurada num verso triste.
Todos os poemas triste, dizes tu,
sao sobre ti.
As pessoas dizem que vives de sonhos inventados,
dificeis de tocar e sem refrao.
`E so o que tens, o que sabes fazer.
O maior escolheu lugar
na tentacao de algo que esta longe e dependente
de escolher ou esperar pelo sol.
E que vontade de nascer outra vez.

Image hosting by Photobucket

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Amiga

Tanta volta que dei para
Um dia te apanhar
Entre o baloicar de luas que
Sabes so em ti se pode encontrar que
Entornei um por do sol por ti adentro.
Se julgas que me importei... nem
Tentei remediar. Mudei a minha
Rota para mais em ti poder espalhar.
Assim, desarrumadamente arrumada
No mundo do teu corpo,
Ha um rasto de um sol a por-se mesmo
A flor da tua pele.

Image hosting by Photobucket

domingo, fevereiro 12, 2006

talvez a forca na pele seja eu

Ou qualquer coisa que de ti bebo
e permanece.
Conheco-te o coracao aos saltos
em mortais sucessivos
e muito diria de invasoes que fazes
a labios secos e vazios de cor.
E como fechar os olhos
`e uma viagem que nao fazes sem companhia,
das-te a quem nunca te buscou.
Repeles o desconhecido brilhante
e tens tendencia para te cobrir de um cheiro
quase liquido em que perdes a nocao
do meu caminho.
Mas na pele, a forca talvez seja eu.

Image hosting by Photobucket